Opa Osun (Opa Orere)

Opa Osun ou Opa Erere
É uma ferramenta de uso exclusivo dos babalawos, da mesma forma que o iroke ou irofá, a "sineta de Ifá".
Esta última, infelizmente, está vulgarizada e não é raro ver-se pessoas sem qualquer ligação com o culto de Ifá, sacudindo irokes que, para cúmulo do desrespeito, chamam de "adjázinho de madeira".
O Opa erere remete ao culto de Ifá e à evocação da proteção de todos os babalawos falecidos que, seja de que origem forem, descendem de Akoda e Asedá, os primeiros seres humanos iniciados no culto, segundo as lendas, pelo próprio Orunmilá.
Como todo opá ou a maioria deles (excetuando-se as bengalas assim denominadas), o Opa Erere ou Osun, representa a união entre o aiyé e o orun, ou seja, o mundo material e o céu metafísico habitado por diferentes entidades espirituais.
Assim sendo, esta "ferramenta" não é um Orixá, como pretendem muitos e de tal forma, que chegam a sincretizá-la com santos católicos como San Manuel, San Dimas, San Juan Bautista, Divina Providência.
(Vide: ARÓSTEGUI, N.B. Los Orishas en Cuba . Habana, Ediciones Unión, 1990. )
“Osun”
Esta palavra quando se refere ao bastão em questão, significa apenas “não dormir” o que a identifica em atributos e função ao “Opa Erere” que significa ”bastão da insônia”.
"Opa Orere” é o bastão-simbolo que confere poder ao Babalaô, que também é denominado Osun, este bastão é tão sagrado que tem que ser mantido permanentemente em pé, pois a sua caída, significa também a caída do Babalaô, isto é, a morte. No topo do Opa Orere, há uma ave com a forma de um pombo, que lembra a história de Eiye kan, o primeiro pombo que veio reproduzir graças a Ifá, este pombo passou a chamar-se Eiyele, e agora simboliza a honra e a autoridade, por isso ali colocado. O Opa Orere (Osun) é plantado na terra onde se veneram os ancestrais. O Opa Orere (Osun) deve ficar sempre em pé. Diz-se dele:
ÒSÙN O! ÒSÙN DÓRÓ KÓ O MÁ DÚ BÚLÈ.
Ó Ósún! Ósún fique erguido, não se deite.
OSUN – OPÁ ERÉRÉ – (Akrelele – fon)
O Osun ou Opa eréré é o bastão de segurança do babalaô. Vive dentro do igbodu-ifá, com a ponta de baixo cravada firmemente na terra e, onde quer que o babalaô vá adivinhar deverá levar o seu bastão para crava-lo na terra ao seu lado.
Deverá ser empunhado pelo babalaô durante a caminhada ao local onde for proceder a uma adivinhação, servindo aí, como uma espécie de bengala.
O Osun deverá permanecer sempre na posição vertical e no local onde fica será colocada uma cabaça de pescoço onde se guardam diversos pós medicinais.
O Osun evoca uma antiga lenda que faz referência à uma palmeira milagrosa, pertencente a Orunmilá que possuía 16 pequenos ramos distribuídos no seu tronco em quatro seções distantes, umas das outras, aproximadamente dois metros. Cada uma destas ramificações possuía, segundo o itan, quatro folhas direcionadas para cada um dos pontos cardinais.
Os Osuns posteriormente construídos seriam uma representação desta sagrada árvore.
Trata-se, na verdade, de uma ferramenta de fácil confecção. Seu “tronco” é feito com uma haste de ferro roliço cuja extremidade inferior tem a forma de um ponteiro, o que facilita sua fixação na terra. O tamanho do bastão varia de acordo com a preferência de seu proprietário.
No alto do bastão, é afixado uma espécie de prato de ferro de cujas bordas pendem pequenas sinetas de forma cônica, do mesmo metal. Sobre o prato deve ser afixado a figura, também em ferro, de um pássaro, como as existentes nas ferramentas de Ossain.
É comum enfeitar-se o bastão com franjas de mariwo que são penduradas nas bordas do prato que o encima.
Alguns Osuns, usados principalmente no Abomehi, possuem além do prato superior, quatro seções superpostas distribuídas de forma eqüidistante em sua haste. Em cada uma destas seções, quatro sinetas idênticas às que pendem da plataforma superior, são penduradas, direcionadas, cada uma, a um ponto cardeal. Observa-se aqui uma referência mais fidedigna à palmeira anteriormente descrita.
Sempre que um babalaô se sentir ameaçado por qualquer situação, será com este bastão que irá recorrer ao auxílio de outros sacerdotes de Ifá já falecidos.
O Osun é sacralizado junto com o Ifá do babalaô, ocasião em que recebe parte das oferendas destinadas a Ifá, assim como um pouco do sangue de cada animal a ele sacrificado e o sacerdote pode possuir mais de um destes bastões de diferentes tamanhos.
Quando o babalaô morre, antes dos funerais seus Osuns são levados para fora do igbodu Ifá onde ficam deitados no solo. Depois do sepultamento do sacerdote, procede-se os devidos rituais

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